Conscientização

Alerta para o lixo nas águas

Cerca de 20 estudantes participaram da iniciativa ambiental

Paulo Rossi -

Tampas de garrafa, pets, sacolas, restos de obra, uma churrasqueira de latão, bisnaga de creme dental, garrafas quebradas, restos de obra, plástico de todas as formas, sapatos, bolsas. O cenário encontrado por estudantes do curso de Gestão Ambiental, em uma limpeza realizada nesta sexta-feira entre a Praia do Laranjal e o Pontal da Barra, demonstrava o quanto a população ainda precisa aprender sobre consciência ambiental. Em uma ação organizada pelo curso da Universidade Federal de Pelotas, um grupo de 20 estudantes e professores fizeram uma varredura em cerca de um quilômetro da orla. Ações semelhantes estão sendo realizadas em todo o mundo através da Organização das Nações Unidas (ONU) chamada de “Mares Limpos”. A iniciativa serviu como um alerta para a população.

Divididos em cinco grupos, cada equipe ficou responsável por uma área de aproximadamente 200 metros de orla. Municiados de luvas e baldes, os voluntários recolhiam os resíduos, que depois eram catalogados antes de serem depositados em sacos de lixo doados pelo Departamento de Resíduos Sólidos do Sanep, parceiro da ação. Minutos após saírem do Trapiche, muitos já retornavam com os baldes cheios. Um integrante era responsável por anotar cada ítem recolhido.

Educador ambiental e cientista, o professor Giovanni Nachtigall Maurício foi um dos organizadores da ação. Especialista em aves, foi pesquisando que percebeu a importância do alerta. “Lendo artigos sobre o assunto encontrei esse: em 1960, o planeta produzia meio milhão de toneladas de plástico, em 2013 passou para 300 milhões de toneladas. Deste total, os pesquisadores estimam que 10% vão parar nos mares”, indica.

A escolha da área foi pela riqueza da biodiversidade do Pontal da Barra. Nachtigall Maurício cita o peixe anual, o lagarto cobra-de-vidro como espécies que precisam ser protegidas, e que estão constantemente em contato com o resíduos. Parte da limpeza também abarcou áreas próximas ao banhado. Todo material recolhido foi enviado ao Ecoponto do Laranjal, que fará a separação do resíduo e dará uma destinação correta.

“A gente nem percebe”
O material mais encontrado foi o “plástico de baixa densidade”. A denominação é válida para sacolas, pedaços de sacos plásticos de lixo, embalagens. Integrante do grupo, o estudante Lázaro Costa, 20 anos, não esperava encontrar tanto material. “A gente nem percebe como vem tomar chimarrão, passear num lugar com tanto lixo”, comenta. Logo nos primeiros passos na areia, surgiam tampas, cacos, restos de lixo.

A limpeza da área, na opinião do estudante Antônio Martins, mostra como a sociedade ainda precisa ser conscientizada e educada em relação à destinação do lixo. “As vezes as pessoas não fazem de má fé, mas não sabem o que aquilo pode causar. Quanto mais trabalhos assim fizermos agora, menos trabalhos assim vamos precisar fazer no futuro”, manifestou.

Mares limpos
A campanha convida governos, entidades, indústrias e cidadãos para acabar com o uso excessivo e desperdício de plásticos descartáveis e eliminar microplásticos em cosméticos, classificado pela ONU como uma das maiores fontes de poluição marinha. A estimativa é de 8 milhões de toneladas que terminam nos oceanos, causando danos para a vida marinha, a pesca e o turismo. Os grupos também coletam informações sobre o lixo encontrados nas praias. Este levantamento de dados também servirá para a elaboração de um panorama nacional sobre o lixo no mar para subsidiar um Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar. O projeto será desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente e pela ONU.

 

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